Superliga de Futebol Americano Feminina: Lusa Jaguars supera condições climáticas, vira no 2º tempo e conquista o título
Em um Croco Stadium encharcado, paulistas ajustam o plano de jogo após o intervalo, derrubam o favoritismo do Silverhawks e levantam o quarto título nacional na Superliga FA Feminina
A final da Superliga Feminina 2025 entregou tudo o que uma decisão sob tempestade costuma oferecer: campo pesado, poças que engoliam jogadas, ataques limitados e uma batalha mental para cada jarda. A chuva, que havia poupado Curitiba durante o sábado, desabou exatamente no domingo, e transformou a final entre Curitiba Silverhawks e Lusa Jaguars em um teste de concentração e adaptação.
O gramado do Croco Stadium rapidamente virou um mosaico de lama que apagou boa parte do campo e também dos playbooks. Corridas laterais patinavam, pitches se tornavam perigosos e qualquer tentativa de chute exigia quase um milagre. Neste ambiente, a partida virou um duelo de resistência física e leitura estratégica em tempo real, vencido pela Lusa, que soube mudar o jogo a partir do intervalo, virar o placar e fechar o duelo com uma decisão tática rara mesmo em finais.
Silverhawks domina cedo pelo chão, mas a chuva dita o ritmo
A equipe curitibana começou melhor justamente porque o cenário favorecia seu estilo. O ataque do Silverhawks gastou relógio e avançou com corridas curtas, sem correr riscos com a bola molhada. A versátil Sarah, normalmente wide receiver, assumiu o backfield com autoridade e coroou sua atuação com o touchdown que abriu o placar.
A tentativa de ponto-extra, porém, denunciou o drama do gramado: a bola atolou na poça e o chute saiu estourado, deixando o jogo em 6 a 0, placar que ditaria o peso de cada posse dali em diante.
A Lusa Jaguars só conseguiu respirar no ataque nos minutos finais do primeiro tempo, quando finalmente converteu sua primeira descida. Mas no momento em que parecia engrenar, o drive terminou em interceptação da Sol, mantendo as paulistas zeradas na ida ao vestiário.
Ajustes no intervalo mudam o jogo: OL assume o controle e a Lusa empata
A pausa fez bem ao ataque da Lusa e a chave foi simples: abandonar riscos, confiar na força da linha ofensiva e colocar a bola nas mãos mais seguras. Sol liderou séries de corridas inteligentes e castigou o front paranaense com decisões rápidas.
A campanha que empatou o jogo foi longa, paciente e fisicamente desgastante para a defesa local. Quem finalizou na end zone foi Aguileira, aproveitando os espaços criados na trincheira. O extra point também falhou, deixando tudo igual em 6 a 6, mas já com um claro sinal: o momento havia mudado.
Virada na marra: Sisquini encontra o espaço decisivo
O último quarto trouxe a campanha mais simbólica do jogo. A Lusa moveu as correntes campo abaixo com avanços curtos, muitas terceiras descidas curtas e equilíbrio emocional para lidar com o campo ruim. Na linha de uma jarda, com a chuva engrossando, Sisquini atacou os bloqueios e encontrou a brecha para virar ao entrar na terra prometida: 12 a 6.
A tentativa de conversão de dois pontos não funcionou, deixando a porta entreaberta e, como era de se esperar, o Silverhawks tentou entrar com tudo.
Estratégia de campeã: safety proposital e controle final
Com pouco tempo no relógio, o Silverhawks voltou a pressionar e encurralou a Lusa dentro de seu próprio campo. A equipe paulista tomou então a decisão mais ousada da final: em vez de arriscar um punt perigoso em um campo cheio de lama - ou até entregar a bola na linha de gol — preferiu ceder um safety proposital para reposicionar a bola com segurança.
O placar caiu para 12 a 8, mas o risco diminuiu consideravelmente. O chute em seguida devolveu a bola ao meio do campo, com vantagem de campo preservada e acreditando em sua defesa.
Restavam cerca de 30 segundos e o Silverhawks precisava de um touchdown. Só que a unidade defensiva paulista fechou os espaços, forçou passes curtos em meio à lama e selou a vitória.
Quarto título nacional para a Lusa Jaguars com assinatura de inteligência
A Lusa Jaguars levantou seu quarto título nacional em meio a um dos cenários mais adversos já vistos em uma final. Em um jogo em que talento individual cedia lugar à gestão emocional e ao ajuste estratégico, o time paulista foi superior no momento mais importante, virou a partida e controlou o final com uma leitura tática digna de decisão.
Não foi apenas um triunfo, mas uma aula de como vencer sob condições extremas.
Por Lucas dos Anjos, da redação
Publicado pela Plataforma SGE da Bigmidia - Gestão Esportiva com Tecnologia
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